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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

28/09–Lingerie com a cor do Natal

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Duloren: marca lança campanha de Natal a partir de outubro

São Paulo - A fabricante de lingerie Duloren já viu crescer em 15% o pedido por calcinhas vermelhas para o Natal. A novidade fica por conta dos pedidos de cuecas, que também cresceram cerca de 10%. As cores de cuecas mais vendidas são o branco e o vermelho.

“As mulheres e os homens estão descobrindo novos presentes para a data. Um pouco de sensualidade ajuda a apimentar a relação”, diz Denise Areal, diretora de marketing e estilo.

Ainda de olho no Natal, a marca começa a veicular em outubro sua campanha para a data. A peça, assinada pela Agnelo Pacheco Rio, faz uma referência ao slogan da empresa ‘Você não imagina do que uma Duloren é capaz’. A modelo aparecerá usando peças em renda vermelha da coleção Emulsion, lançamento da marca para o Natal.

A nova campanha será veiculada nas redes sociais Twitter e Facebook, na mídia impressa e em mais de 22 mil pontos de venda espalhados pelo país.

Fonte: www.textileindustry.com

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

26/09 – Moda infantil em alta

A moda infantil está em alta, cada vez mais as marcas tradicionais lançam linhas exclusivas para crianças. E se para as mães já era difícil resistir à tentação de comprar, agora elas têm a desculpa perfeita: deixar os pequenos ainda mais lindos e fo­finhos.

Há pouco tempo, as roupas para crianças eram feitas apenas para proteger, agora também são fashion

Um vestido de 30 cm com uma estampa meiga, uma mini bermuda cargo xadrez superdescolada, um trench coat estiloso em miniatura, um tênis colorido que cabe na palma da mão. Quase impossível resistir às roupinhas de criança! Até mesmo quem não tem filho se encanta. E o mercado da moda, nacional e internacional, já percebeu isso e resolveu se divertir (e lucrar) com o universo infantil. O principal objetivo, além de aumentar as vendas, é criar uma relação de fidelidade fashion enquanto os futuros clientes ainda usam fraldas! Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho, esse movimento ocorre em todo o mundo. “Estilistas de renome, que investiram durante anos para construir suas grifes, buscam um modo de ampliar seu público. A solução mais óbvia é conquistar os fi­lhos dos clientes ­fiéis”, resume.

Fora do Brasil, enquanto o mercado de luxo ainda se recuperava da crise econômica, grandes marcas se deram conta de que as pequeninas mas encantadoras peças de roupa poderiam ser um negócio promissor.

Grifes como Burberry, Armani e Stella McCartney já atuavam nesse segmento, mas o entusiasmo do mundo da moda pelas roupas de criança ganhou força em 2011. A Gucci criou uma linha completa para bebês e crianças de 2 a 8 anos com preços que variam de US$50 a US$3.550. E em junho, durante os des­files da coleção Resort, a maison francesa Lanvin apresentou 25 peças destinadas a meninas de 4 a 10 anos. Inspirado nas criações infantis da própria Jeanne Lanvin ainda no começo do século 20, Alber Elbaz diminuiu a escala de suas assinaturas e deu vida à Lanvin Petite.

Donatella Versace também ampliou os domínios da marca italiana e lançou, nesse mesmo mês de junho, no Palazzo Corsini, em Florença, a Young Versace. “Somos conhecidos por nossa estética mais rock 'n' roll, que pode ser ousada, mas não necessariamente sexy ou inapropriada”, disse a estilista no lançamento.

Na prática, isso significa vestidinhos de um ombro só para meninas e camisetas com estampas de moicanos mirins para os meninos. Segundo o CEO da marca, Gian Giacomo Ferraris, a expectativa é de que a linha infantil represente 10% das vendas da companhia em cinco anos.

No Brasil e, principalmente na cidade de Gaspar-SC, considerada a capital da moda bebê e infantil, o mercado nesse segmento também está aquecido. De acordo com pesquisas do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), a produção de vestuário para bebês e crianças cresceu, em número de peças, 55%. E em valores nominais, 98%.

Em 2011, o faturamento desse setor, que hoje representa 24% de toda a produção de vestuário no Brasil, deverá chegar a R$ 22 bilhões com uma produção de 1,7 milhão de peças. “Nesse período, todos os segmentos de roupa cresceram, e cresceram bem, porque houve uma melhor distribuição da renda”, afirma Marcelo Prado, diretor do IEMI. Portanto, no Brasil, o boom da moda infantil tem uma origem diferente de países da Europa e Estados Unidos. Se lá foi a crise que criou um novo mercado, aqui foi a estabilidade econômica.

Desde a década de 1990, com a introdução do Plano Real, há mais dinheiro para fazer compras. E roupa é um gênero de “primeira necessidade”. Segundo Prado, pesquisas de comportamento de compra revelam que 92% das pessoas querem estar bem vestidas. Dessas, 44% são antenadas com moda e gostam de ter o que é novo. Os outros 48% querem sim estar alinhados, mas não se incomodam em usar peças de coleções passadas. Como a roupa tem uma força de identidade visual imensa, a melhora da renda se revela por meio dela e deixa transparecer a ascensão social daquele indivíduo. Mas por que, apesar da diminuição da taxa de fecundidade brasileira, o segmento infantil aumentou tanto? “Porque quando se tem mais renda, você se realiza comprando, inclusive marcas famosas para crianças”, diz Prado. Além disso, as mães estão tendo filhos cada mais velhas, com uma carreira mais segura e um salário maior.

No Brasil, são cerca de 50 milhões de brasileiros de 0 a 14 anos. Todos vestidos. As grandes marcas de malha, como Hering e Malwee, foram as primeiras a enxergar esse potencial. Depois, vieram marcas elitizadas e exclusivas para crianças, como Green, Tyrol e Paola da Vinci. Mas, num determinado momento, grifes de adulto se deram conta de que o mercado infantil ainda era menos concorrido e vendia bem. Daí, vieram Cris Barros Mini, VR Kids, Miss Petite, Maria Bonitinha, Mixed Kids, Fit Nina, Reserva Mini e uma in­finidade de versões kids, minis e petites. Apesar de se espelharem em linhas de gente grande e usarem o mesmo maquinário, as coleções infantis são complexas porque a modelagem, a numeração e o estilo evoluem com a idade. Do tamanho 2 para o 10 não mudam apenas a largura e o comprimento, mas as atividades e as vontades das crianças.

Um dos pioneiros dessa onda foi Ronaldo Fraga, que em 2001, enquanto esperava seu primeiro filho, Ludovico, cansou-se da mesmice do que encontrava nas lojas especializadas e resolveu brincar de desenhar roupas para o menino. “Eu achava que as roupinhas eram muito contidas em cor e estampas”, conta o estilista. “Sempre acreditei que a roupa infantil tem que conversar com a cultura brasileira, mas naquela época tudo era escrito em inglês!”, lembra. Foi assim, sem pretensões comerciais, que nasceu a Ronaldo Fraga para Filhotes, com um universo grá­fico mais afetuoso e referências regionais. Daí os amigos fizeram encomendas, a mídia noticiou e a coisa ficou séria. Hoje, as coleções para crianças de 0 a 10 anos representam 60% das vendas da marca e são vendidas em 200 pontos em todo o país. Até hoje, os filhos de Fraga são suas "cobaias" e consultores. Na primeira metade de 2012, a Filhotes deve começar a caminhar com as próprias pernas, sem o nome do criador.

Mas, para muita gente, a tentação de ver o ­filho como uma extensão de si é quase natural. Não à toa, logo depois do nascimento, os pais já começam a se enxergar no bebê: nariz da mãe, boca do pai e olhos da vovó.
E os pequenos também se espelham nos mais velhos. Andam pela casa com os sapatos do pai, pegam escondido a maquiagem da mãe. “Mas vesti-los igual aos pais pode encobrir a personalidade da própria criança a partir do momento em que ela se sente na obrigação de ter as mesmas características da mãe”, explica Joana Singer, psicóloga clínica do núcleo Paradigma. Como a individualidade se forma a partir das escolhas, é importante levar em consideração a opinião da criança.

“Sempre acreditei que a roupa infantil tem que conversar com a cultura brasileira” Ronaldo Fraga, estilista

A moda é parte da formação cultural e “veste” cada fase da vida. Nossa imagem passa uma mensagem. Durante a infância, é preciso brincar e transmitir a ideia que, de fato, se é uma criança. Há alguma coisa errada quando a roupa sugere “algo mais” ou não permite que se brinque como poderia. Crianças precisam poder correr, pular e sentar no chão. Pensando assim, a Corello montou uma equipe especializada para lançar, no começo de 2010, a Miss Petite. As cores, a propaganda, a embalagem, tudo é mais leve e romântico. E sem salto. “As rasteirinhas e sapatilhas não são apenas menores, são mais flexíveis e molinhas, porque o pé das crianças é mais sensível”, diz Carla Silvarolli, diretora de estilo da marca.

Essa experiência com crianças pode ser muito divertida para os pais e, para as marcas, um ótimo negócio. Porém, ela está longe de ser simples e não é garantia de sucesso. Quem investe em“miniaturização” não se sustenta, porque os pequenos crescem e não se submetem ao estilo dos pais para sempre. “A partir do momento que a criança passa a não depender tanto dos adultos, toma mais iniciativa na escolha das roupas e exige o que quer usar”, afi­rma Diniz Filho, presidente da ABIT. Como diz Ronaldo Fraga, não são as crianças que devem desejar o que os pais têm. Mas sim o contrário. É hora das mães cobiçarem o guardaroupa das ­filhas! Talvez as peças fiquem um pouco apertadas, mas até nesses casos, o limite é a imaginação. E ser, ou brincar de ser criança, é sempre bom

Fonte: http://www.santatextil.com.br

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

19/08 - Materiais mudam com sol ou chuva - Clima revela estampa em guarda-chuva

Tecidos que mudam de cor não são novidade na moda, mas suas aplicações ficam cada vez mais criativas conforme a tecnologia e o domínio do recurso avançam. Veja a seguir 2 lançamentos que têm sua estética alterada se chove ou faz sol.

Em dias chuvosos, o céu e a cidade parecem ficar mais cinzentos, com aspecto fechado. No entanto, com o guarda-chuva Squidarella, ocorre justamente o contrário. O lançamento London Skyline estampa uma cidade branca sobre um tecido preto, mas que ganha visual multicolorido quando molhado. Basta chover para que a peça revele tons vivos de azul, amarelo, verde e rosa.

Os modelos Crocs, da linha infantil Chameleons, também dependem do clima para mudarem de visual. Em dias ensolarados, a porção superior dos calçados translúcidos muda de tom, assumindo coloração mais escura.

 

Confira no vídeo como se dá a transformação dos lançamentos:

Calçadosda Crocs mudam de cor como camaleões…

Fonte:http://www.usefashion.com/categorias/noticias.aspx?IdNoticia=98991

Valeu, pessoal… bom final de semana a todos!

Sandro F. Voltolini

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

15/08 - Designer de Brooklyn lança bikini que carrega gadgets

 

Designer de Brooklyn lança bikini que carrega gadgets

O designer norte-americano Andrew Schneider, do bairro nova-iorquino de Brooklyn, lançou um bikini que aproveita, como nenhum outro, a energia solar. O bikini é constituído por tiras de película fotovoltaica, com um tamanho entre 1 e 4 centímetros que são aquecidas em série com uma linha condutora.

Estas células terminam num regulador de 5 volts e numa ligação de USB. Assim, o bikini permite carregar, por exemplo, um iPod ou outro leitor de mp3. É verdade, o bikini também já tem nome: é o iDrink.

De acordo com o Solar Coterie, o site de Schneider, todos os interessados já podem fazer as suas encomendas online. E estará já em desenvolvimento uma versão masculina deste bikini… com uma maior potência.

“A linha solar de banho iDrink é perfeita para todos os que querem ir à praia, ouvir música e desfrutar de uma bem merecida bebida fresca”, explica Andrew Schneider.

De acordo com o Inhabitat, o designer gasta cerca de 80 horas na produção de cada bikini, pelo que o preço poderá ser um pouco salgado. Mas nada que coloque à prova,  a inovação, praticabilidade e sustentabilidade deste bikini hi-tech.

Fonte: http://textileindustry.ning.com

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

04/08 - Roupas com Ar-Condicionado Viram Moda no Japão

A empresa que criou estas roupas é a Kuchofuku Co. Ltd, literalmente "roupas ar-condicionadas", que viu as suas vendas aumentarem depois do desastre do terremoto no Japão.

De acordo com a AFP, devido à falta de energia para as pessoas ligarem os ar-condicionados, a empresa decidiu criar estas roupas. Nas últimas semanas, devido à onda de calor as vendas subiram ainda mais.

Dois ventiladores eléctricos são colocados nos casacos, tendo diferentes velocidades para o ar circular.

Veja vídeo abaixo.

Fonte: http://textileindustry.ning.com

http://www.youtube.com/watch?v=IV4bOQsLIu0&feature=player_embedded

sexta-feira, 22 de julho de 2011

22/07– A desindustrialização, segundo Ivo Rosset

Governo não age para evitar a desindustrialização, diz Ivo Rosset


Ivo Rosset, dono da Valisére e da Cia. Marítima, em seu escritório no Bom Retiro – Foto Rodrigo Capote/Folhapress

A indústria têxtil brasileira vive sua maior crise e, se nada for feito pelo governo no sentido de reavivá-la, 2,5 milhões de empregos correm o risco de evaporar em questão de poucos anos.
O alerta é de Ivo Rosset, proprietário do Grupo Rosset, que detém 65% do mercado de produção de tecidos no país e também as marcas Valisère e Cia. Marítima.
O elo fraco da cadeia que alimenta essa indústria, de acordo com ele, está no setor das confecções (corte e costura dos tecidos para a produção de roupas), que têm sofrido com a concorrência das mercadorias chinesas, mais baratas e nem por isso com qualidade inferior.
"Nada foi feito nos últimos 20 anos. O país está caminhando para a desindustrialização e o governo não está agindo", afirma.

Rosset é um dos empresários com melhor trânsito em Brasília. Encontrou-se com Lula e com Dilma diversas vezes. Conversa frequentemente com o ministro Guido Mantega. Foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT e filiou-se ao partido em 2009.
Há um mês, esteve na capital federal como representante do setor têxtil, quando apresentou uma proposta de aliviar a carga tributária das confecções adotando o regime do Simples como imposto único, independentemente do faturamento.

Folha - Como vai a indústria têxtil no país?
Ivo Rosset - De um lado, temos a produção de tecidos, que também sofre com a concorrência chinesa. Como o segmento de tecido plano (produção de tecidos para camisas sociais, por exemplo). Várias fecharam em Americana, que é um grande centro de produção.
Existia também um mercado enorme para produtos como a viscose com fio elastano. Mas os chineses entraram a um preço que não dava para competir. Todos que produziam pararam. E as grandes malharias no Sul estão com problema, elas eram muito mais fortes do que hoje.

E as confecções?
A confecção é o polo que está mais focado na competição com a China. Se não resistir, vai atingir o setor como um todo, pois são as confecções que compram os tecidos que produzimos. Comparando a situação de uma costureira brasileira com a chinesa, a distorção é enorme. Aqui, um funcionário custa para o empregador 2,4 vezes a mais que o salário dele. Por isso propomos o regime do Simples -dessa forma as confecções pagariam 12% sobre tudo.

Por que só as confecções?
Conversando com a presidente, dei um exemplo. Uma empresa de confecção com 2.000 pessoas talvez fature o equivalente a 5% de uma indústria automobilística que também tem 2.000 pessoas. E a confecção não vai suportar a concorrência chinesa. É uma cadeia que emprega muita gente e está destinada a desaparecer caso não se faça algo com muita urgência. Estamos falando de 2,5 milhões de empregos diretos e um universo de 8 milhões.

Em que estágio estamos?
Crítico. Toda rede varejista importava de 5% a 10%, agora é de 35% a 40%.

Há gente quebrando?
O pessoal vai fechando. Muitos estão saindo do Brasil e indo para a China. Outro dia conversei com um fabricante de um outro setor, da Mundial, do Rio Grande do Sul. A ação dele disparou na Bolsa porque sua rentabilidade aumentou. Ele fechou tudo que tinha de produção no país e foi fabricar na China. Estamos matando emprego nosso e dando emprego pra chinês.
A Marcopolo [fabricante de ônibus] foi embora, está produzindo em outro lugar e mandando os ônibus para cá. Vai chegar um momento em que ou transfiro as atividades da Rosset para fora ou sei lá o que vai acontecer.

O que mais pode ser feito?
Nós estamos dentro de um modelo que não muda há 20, 30 anos e que só teve aumento de carga tributária. Na China, eles têm quase 80 milhões de pessoas empregadas nesse segmento. Não sou favorável ao método deles. Dão albergue e comida às pessoas, mas não pagam previdência. E o salário não passa de US$ 100, enquanto aqui é de US$ 1.000, fora a carga tributária. Nosso funcionário é mais eficiente que o chinês. Só que o sistema não ajuda.

O sr. está se referindo à moeda forte e à taxa de juros?
Estamos assistindo ao filminho sem fazer nada. Pior que isso, há Estados como Santa Catarina que incentivam a importação baixando o ICMS. Essa é a maior afronta ao Brasil que já vi.

O país está caminhando para a desindustrialização?
Total. A questão é: queremos ou não ser um país industrializado? Se sim, as medidas precisam ser imediatas. Se não, vamos nos tornar um país de serviços. Só que vamos pagar um preço muito alto lá na frente. Veja o que aconteceu com os Estados Unidos, com o desastre da indústria automobilística, por exemplo. O país agora chora os empregos perdidos e não consegue reempregar.

Existe abandono do setor pelo governo?
Não diria abandono, mas diria que o governo está sem saber direito o que fazer. Eles ouvem, mas não vejo ação. Não sei qual a dificuldade que existe, se é burocracia.

E o BNDES?
Não adianta dar cortisona, é preciso repensar o modelo. Aplicar o Simples a todas as confecções, sem limite de faturamento, é uma mudança radical. Daí, sim, o BNDES pode entrar. E não são grandes investimentos, é coisinha pouca, bem menos do que a fusão do Abilio [Diniz, do Pão de Açúcar].

Fonte: Folha de Sao Paulo

quinta-feira, 14 de julho de 2011

14/07– Os desafios da venda de vestuário pela Internet

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A maioria das pessoas concorda que o setor de vestuário chegou ao fim do caminho no que se refere à queda nos preços de produção. Mas será a Internet a próxima grande oportunidade dos confeccionistas reduzirem os custos da cadeia de logística?

Uma questão para a qual Mike Flanagan, CEO da Clothesource Sourcing Intelligence, uma consultora britânica especializada no setor do vestuário, dá resposta neste seu artigo.

Os preços de produção de vestuário não pararam de cair apenas porque os salários e os preços das matérias-primas estão a subindo. Esta subida verifica-se também porque esgotamos praticamente todos os benefícios de redução de custos resultantes da deslocação da produção ao longo dos últimos 20 anos.

Até ao dia 1 de Janeiro de 2009 – data em que as quotas alfandegárias foram efetivamente levantadas sobre as importações chinesas de vestuário nos EUA e a UE deixou de exigir licenças de exportação ao vestuário proveniente da China - sempre existiram limites às importações de vestuário.

Essas restrições demoraram décadas até serem eliminadas, mas, no final de 2010, os compradores ocidentais estiveram perto de conseguir o máximo possível dos baixos salários asiáticos. Mas não completamente.

As empresas asiáticas continuam a investir em novas infra-estruturas e os países importadores continuam a alterar as suas regras de importação e por isso os melhores locais para um bom valor em 2009 não serão necessariamente os melhores lugares em 2011.

A realidade é que chegamos ao fim de uma era muito longa. Durante grande parte dos últimos 250 anos, a indústria têxtil e vestuário registou uma série de inovações técnicas e legais, que tiveram o efeito de diminuir constantemente os preços da produção do vestuário.

A Revolução Industrial começou com a mecanização da fiação e tecelagem: vias ferroviárias e navios a vapor foram inicialmente desenvolvidos para acelerar o transporte de algodão dos Estados Unidos para as fábricas de Manchester.

A deslocação da produção de vestuário ao longo dos últimos 15 anos para lugares até 20.000 quilometros de distância do cliente final, foi apenas o último passo de um processo que começou em meados do século XVIII com a invenção da fiação e tecelagem mecanizadas.

Poderá realmente acontecer que, com a implementação final de um regime sem quotas em 2009, o ciclo de contínua redução de custos tenha chegado finalmente ao fim?

Bem, no que se refere à produção de vestuário, provavelmente sim. Mas é claro que a produção e o transporte do vestuário e das suas matérias-primas, são apenas uma parte do custo de uma peça de roupa.

A Gap, por exemplo, adiciona em média uma margem de 70% ao custo de uma peça de vestuário desembarcada nos EUA, para pagar o manuseamento, a armazenagem e os desperdícios, os salários das pessoas envolvidas nesses processos - e os dividendos que paga aos seus accionistas. Muitos confeccionistas adicionam uma margem ainda maior.

E, para muitos confeccionistas, houve pouca redução nos últimos 20 anos na margem que precisam para prestar os seus serviços. Assim sendo, será que o custo de confecção de vestuário vai ser a próxima área que as novas tecnologias vão revolucionar?

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Oportunidades on-line
É claro que em muitas indústrias, tal questão não vale realmente a pena ser colocada. A Amazon devastou livrarias especializadas, enquanto os supermercados e a Internet praticamente eliminaram as lojas de música convencionais. Os agentes de viagens são quase uma coisa do passado.

Mas a web teve até agora um efeito bastante diferente na venda de vestuário. De forma geral, as opções do consumidor aumentaram, tornou a compra de roupas mais conveniente e ajudou os confeccionistas a alcançarem os compradores que não conseguem chegar às lojas. Mas quase não diminuiu os custos de todo.

Para as vendas internas, o custo do correio ou entrega postal é geralmente mais caro do que manter uma loja numa localização privilegiada. Para a maioria das vendas externas, os clientes encontram-se frequentemente confrontados com uma conta que engloba direitos de importação, imposto de vendas e administração de entregas.

Confeccionistas e fornecedores de serviços têm trabalhado arduamente para tornar a aquisição de roupas via Internet mais uniforme. Mas é justo dizer-se que não existe qualquer indicação que, durante este século, uma Amazon ou Spotify possa implicar o desaparecimento iminente das lojas da Gap ou Zara.

Estaremos todos  perdendo algo gritantemente óbvio? Deve haver certamente algum empresário visionário chinês que, neste preciso momento, está construindo um armazém, onde trabalhadores com baixos salários reúnem encomendas de clientes via web, colocando-as em embalagens de transporte robustas, que serão expedidas por FedEx para que cheguem à caixa de correio de um cliente no Ohio, 24 horas mais tarde – tudo por apenas uma fracção do custo de funcionamento de milhares de lojas físicas.

Será que a fronteira final da indústria de vestuário vai ser a eliminação virtual dos custos de confecção?

Para pensar….