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terça-feira, 30 de setembro de 2008

30/09- A aplicação da Nanotecnologia em têxteis

Nano é uma designação de comprimento, de tamanho. Uma coisa “nano” mede um bilionésimo de metro. Um bilionésimo de metro chama-se "nanômetro", da mesma forma que um milésimo de metro chama-se "milímetro". "Nano" é um prefixo que vem do grego antigo e significa "anão". A nanotecnologia foi desenvolvida para criar e manipular partículas menores que átomos e moléculas. Ela surgiu em 1959, ano em que no dia 29 de dezembro, no CalTech, Califórnia, o físico Richard Feynman proferiu, na Reunião Anual da American Physical Society, a palestra "There's plenty of room at the bottom" ("Há mais espaços lá embaixo"). Feynman anunciava ser possível condensar, na cabeça de um alfinete, as páginas dos 24 volumes da Enciclopédia Britânica para, desse modo, afirmar que muitas descobertas se fariam com a fabricação de materiais em escala atômica e molecular. Contudo, só nos anos 80 o visionarismo de Feynman começou a encontrar condições de apoio econômico e de investimento científico e tecnológico para começar a tornar-se realidade. Inicialmente, os produtos nano foram desenvolvidos para aumentar a capacidade de armazenamento dos computadores e reduzir seu tamanho, aumentar a eficácia de remédios, criar materiais mais leves e mais resistentes, entre outros.
Mas a indústria têxtil também resolveu se beneficiar da nanotecnologia.
A aplicação da nanotecnologia na indústria têxtil ainda é muito recente. Fóruns mundiais ainda são realizados para esclarecer entre os próprios produtores as finalidades deste tipo de tecnologia e a forma que ela é aplicada. A nanotecnologia (ou qualquer outra tecnologia criada) não diz respeito apenas à mecânica e à informática. Nos têxteis a nanotecnologia serve para dar novas características a fibras, fios e tecidos. Talvez alguma fibra nano seja desenvolvida, mas isto ainda não foi discutido.
Então, de que forma a nanotecnologia atua na indústria têxtil? Através de materiais nano, muitíssimo pequenos, os fabricantes podem conferir novas propriedades aos tecidos dando, assim, uma nova funcionalidade a eles. A nanotecnologia permite que os tecidos tenham características especiais como antibactericida a base de prata, minúsculas cápsulas de agentes hidratantes, desodorizantes, repelentes de insectos e anti-tabaco. E isto para citar apenas alguns exemplos. Sem a nanotecnologia não seria possível tais aplicações pois elas ficam entre as fibras dos tecidos. Em escala maior, se partículas maiores de prata (que é anti-bactericida e anti-microbiana) fossem aplicadas aos tecidos acabariam influenciando a textura e o toque do tecido, deixando-o áspero. Vira e mexe e a tecnologia busca inspiração ou comparações com a natureza. Recentemente cientistas, ao analisar um pequeno lagarto chamado geco, ficaram surpresos com sua capacidade de aderir a lugares com apenas um dedo. Eles descobriram que este feito era possível por causa de pêlos microscópicos elásticos que o lagarto possui nos dedos e patas. A partir desta informação desenvolveram pêlos sintéticos a partir de nanotubos de carbono que possuem força de adesão 200 vezes maiores até do que as lagarto geco. Outra descoberta partiu da observação da superfície da amora e da flor de lotus. Criando partículas com a mesma superfície rugosa os cientistas puderam desenvolver tecidos “hidrofóbicos” ou que repelem água.

A nanotecnologia ainda caminha a passos lentos por causa de um único fator: dinheiro. Além de precisar de um grande investimento financeiro para realizar as pesquisas, os produtos até agora desenvolvidos custam muito caro, sendo assim inacessíveis ao grande público. E é um círculo vicioso: quanto mais um produto é adquirido mais barato ele fica. E, para ser adquirido, ele precisa ser barato. A nanotecnologia tem contado com investimentos privados ao redor do mundo. Aqui no Brasil a Embrapa tem feito o papel de desenvolvedora da nanotecnologia. No entanto a maior barreira tem sido convencer os consumidores da utilidade de tais produtos.
Fonte: Revista Sintética

Sucesso à todos.

Sandro F. Voltolini

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